O presidente da montadora chinesa BYD, Wang Chuanfu, marcou para a primeira quinzena de outubro uma visita a Camaçari, na Bahia, para implantar oficialmente a pedra fundamental do complexo, que vai produzir carros elétricos e híbridos. Na prática, representa o pontapé inicial para a indústria.
Conhecido como o “Elon Musk chinês”, o principal executivo da companhia asiática focada em veículos de energia limpa só viajará ao Brasil depois que o contrato com as autoridades brasileiras estiver assinado. A BYD vai assumir a planta que pertencia à americana Ford na região metropolitana de Salvador, ainda em processo de repasse para as mãos do governo baiano.
Quando o acordo estiver oficialmente fechado e as obras de adaptação iniciadas, a fabricante vai levar cem brasileiros para a China a fim de treiná-los por alguns meses a fim de transferir conhecimento da linha de produção de volta aos colegas brasileiros que estiverem na fábrica baiana.
Quando pronta, a empresa deverá empregar até 5.000 pessoas e será capaz produzir até 150 mil veículos por ano, inicialmente com os modelos Dolphin (um hatch compacto elétrico) e Song (um SUV médio híbrido). O investimento previsto é de R$ 3 bilhões na fábrica que fica a 50 km de Salvador.
Depois que Camaçari começar a fabricar, o que está previsto para o ano de 2024, existe a possibilidade de os chineses implantarem um quarto complexo industrial no Brasil, desta vez no Pará, na região Norte do país.
Ainda em fase de estudos, a fábrica, se sair do papel, vai produzir chassis de ônibus elétricos — assim como já ocorre em Campinas (SP). Esse novo investimento tem como pano de fundo a realização da COP 30 (30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), que será realizada em Belém em novembro de 2025.
A BYD já tem uma planta em Manaus (AM), onde faz baterias para os ônibus elétricos que constrói em Campinas.