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Gulliver, do Forte Apache, tenta suspender leilão de fábrica

Notícias - 1, outubro, 2024

Quem disse que a brincadeira acabou para a Gulliver? A fabricante de brinquedos, com sede em São Caetano do Sul, município da região metropolitana de São Paulo, está em recuperação judicial (RJ) desde 2017, mas afirma que nunca parou de produzir os itens que tornaram a empresa um ícone. Recentemente, relançou seus toy soldiers, os soldadinhos verdes em miniatura que atravessaram gerações. Figuras estáticas e monocromáticas de super-heróis, além do clássico Forte Apache, também se tornaram marcas inconfundíveis da fabricante, fundada no final dos anos 1960 por Mariano Lavin Ortiz, um espanhol que migrou de seu país de origem durante a ditadura franquista.

Exército de brinquedo, batalha de verdade

O exército da Gulliver é de brinquedo, mas a empresa trava uma batalha real para manter sua estrutura produtiva, que atualmente emprega cerca de 50 funcionários. Por determinação da Justiça, seu principal parque fabril irá a leilão em outubro para quitar dívidas.

“Com vocações comercial e industrial, o imóvel composto por dois galpões será oferecido em leilão eletrônico com datas previstas para 9 e 23 de outubro”, anuncia a Taba Leilões, empresa responsável pelo certame. “A unidade deverá ser disputada por indústrias, hospitais, construtoras e investidores”, complementa, em nota.

Fábrica da Gulliver em São Caetano do Sul: leilão do imóvel está previsto para outubro (Crédito: Divulgação)

Não se depender da Gulliver. Kathia Lavin, gerente geral da empresa, disse que a fabricante de brinquedos tentará suspender o leilão. Segundo ela, a Gulliver chegou a um acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e conseguiu uma “redução significativa” de sua dívida tributária, utilizando créditos de prejuízos fiscais para abater o valor (não revelado), o que é permitido desde 2022.

Com a diminuição dessa dívida, a gerente explica que a venda de apenas uma parte do imóvel seria suficiente para honrar compromissos. “Vamos desmembrar o prédio, vender apenas uma parte, mas manter a fábrica”, afirma Lavin. “Já temos até um comprador em vista”, complementa.