O governo federal comprou, nesta quinta-feira (6), 263,37 mil toneladas de arroz importado, a fim de assegurar o abastecimento do país após as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul e comprometeram a produção, por meio de um leilão público promovido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Os lotes arrematados serão destinados para os estados da Bahia, do Ceará, do Espírito Santo, de Goiás, do Maranhão, de Minas Gerais, do Pará, da Paraíba, do Paraná, de Pernambuco e de São Paulo.
Já as remessas que seriam enviadas para Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins não foram comercializadas.
Inicialmente, a ideia do governo era adquirir 300 mil toneladas de arroz. Agora, a Conab vai renegociar as 36,6 mil toneladas que não foram adquiridas, para garantir o abastecimento do comércio.
Entre as regras para participar do leilão estão a entrega do produto em embalagens transparentes de cinco quilos. Os compradores devem, obrigatoriamente, vender o produto apenas para o consumidor final, pelo preço máximo de R$ 4 o quilo (R$ 20 o pacote).
“Essa compra não vai servir para a formação de estoque porque nosso objetivo é que esse produto, uma vez internalizado, seja rapidamente disponibilizado para os consumidores. Aqui a questão de abastecimento e de preço já está colocada e o que nós queremos é que esse produto chegue o mais rápido possível à mesa do povo brasileiro”, explicou o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Silvio Porto.
Em resposta à medida do Planalto, o Sindicato das Indústrias de Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC) afirmou que o leilão da Conab vai causar “danos irreparáveis” às indústrias de arroz do Brasil, que teme “que a situação resultará em ainda mais desvalorização do produto nacional, desestimulando produtores a continuarem cultivando o grão”.
Para a instituição, a medida deve causar ainda demissões em massa. Os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina respondem por mais de 80% da produção de arroz no Brasil.
Em maio, o governo federal publicou uma medida provisória que autorizou a Conab a importar até meio milhão de tonelada de arroz, a fim de equilibrar as perdas registradas na região Sul do país e evitar qualquer especulação com o preço do arroz.