Em 9 de setembro de 2024, trabalhadores do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal iniciam greve por tempo indeterminado. Confira as propostas e detalhes sobre a decisão, incluindo as principais reivindicações e mudanças esperadas.
Os trabalhadores das agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal darão início a uma greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, 9 de setembro de 2024. A decisão, anunciada na sexta-feira, 6 de setembro, foi tomada após grandes bases de todo o Brasil rejeitarem a proposta considerada insatisfatória da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Neste artigo, exploramos os motivos da greve, as propostas em debate e o impacto esperado para os trabalhadores e clientes.
Motivos da greve
A greve por tempo indeterminado foi desencadeada pela insatisfação com a proposta de reajuste apresentada pela Fenaban. Segundo o Sindicato dos Bancários do RN, a decisão foi unânime entre os representantes sindicais. O principal ponto de discórdia foi a proposta de reajuste salarial que, de acordo com os trabalhadores, não atende às expectativas e necessidades da categoria.
Propostas da FEBRABAN
A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) apresentou as seguintes propostas para a renovação dos acordos coletivos:
Propostas de reajuste e benefícios
- Reajuste Salarial: Aumento de 4,64% para salários e demais verbas em 2024, com um aumento real de 0,7%. Para 2025, um aumento real de 0,6% acima da inflação para salários e verbas adicionais.
- Pisos Salariais: Reajuste de 15% nos pisos salariais.
- Vagas de Formação: Oferta de 3.000 vagas de formação para mulheres na área de Tecnologia da Informação (TI).
- Verba de Requalificação: Reajuste de 8% na verba de requalificação, totalizando R$ 2.285,00.
A categoria rejeitou as propostas, considerando os aumentos reais insuficientes e insuficientes para compensar a perda de poder aquisitivo dos trabalhadores.
Principais propostas
- Teto de Participação nos Lucros e Resultados (PLR): Limite de sete salários por ano, com pagamento três dias úteis após a assinatura do acordo.
- Revisão de Cargos: Criação de 4.000 vagas para nova função de 6 horas com salário superior ao dos caixas, e 2.700 vagas para função de 8 horas com salário superior ao de supervisor de atendimento. Abertura de 500 vagas de gerente de relacionamento.
- Aumento do Valor de Referência: Aumento do valor de referência dos cargos de assistente júnior e pleno, impactando cerca de 4.000 funcionários.
- Questões de Saúde e Previdência: Compromisso de resolver questões de saúde e previdência até 31 de julho de 2025, com reuniões trimestrais.
- Gratificação e Qualificação: Manutenção da gratificação do Caixa até dezembro para agentes comerciais, prioridade para caixas em novas funções e programa de qualificação para novas funções.
Caixa Econômica Federal: Propostas para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)
A Caixa Econômica Federal também apresentou suas propostas, que incluem:
Principais propostas
- Licença-Maternidade: Mães podem ceder até 60 dias da licença-maternidade para o pai se ambos trabalharem em empresas do programa Empresa Cidadã. Possibilidade de conversão da licença para até 120 dias, com redução de 50% na jornada.
- Flexibilidade de Jornada: Flexibilidade na jornada de trabalho, prioridade para trabalho remoto e possibilidade de redução de jornada em até 25% para acompanhamento de dependentes.
- Prioridade e Movimentação: Prioridade na movimentação para empregados com deficiência e pais/mães de dependentes com deficiência. Expansão de agências que permitem substituição de gerentes.
- Funções e Benefícios: Retorno das funções de caixa e tesoureiro com jornada de 6 horas, efetivação de até 500 novos empregados para estas funções e adicional para 7ª e 8ª horas para tesoureiros.