Investing.com – Analistas elogiaram os dados do primeiro trimestre da BRF (BVMF:BRFS3) e o mercado reagiu bem ao balanço, com forte impulso nas ações no pregão desta quarta-feira, 08. Às 11h40 (de Brasília), os papéis ganhavam 13,75%, a R$18,95. A processadora de alimentos registrou lucro líquido de R$594 milhões entre janeiro e março, contra um prejuízo de R$1 bilhão registrado um ano antes.
O BTG (BVMF:BPAC11) considerou o balanço como impressionante, diante da maior margem Ebitda já registrada no primeiro trimestre pela companhia no período, em 15,8%, acima do previsto. “Quando você combina um ciclo de commodities favorável, uma equipe de gestão focada no negócio principal e um concorrente que enfrenta desafios para cumprir as suas promessas de crescimento, este é o resultado”, avalia o banco. O BTG ainda mencionou a geração de fluxo de caixa, mesmo diante de sazonalidade desfavorável do capital de giro, em meio a preços mais baixos de grãos.
Mesmo assim, o banco segue com indicação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$13, ao mencionar que a companhia é um negócio cíclico. “Separar o que é cíclico do que é estrutural pode ser complicado, especialmente quando a empresa está no meio do que parece ser uma reviravolta bem planejada e bem gerida. No primeiro trimestre, acreditamos que houve uma combinação de ambos, mas não podemos ignorar o quão predominante o ciclo das commodities parece ter sido”, ponderam os analistas do BTG.
Na visão da Guide Investimentos, a companhia teria apresentado resultados sólidos mais uma vez, impulsionados pela recuperação das vendas e pela diminuição de custos, principalmente com grãos (soja e milho). “Além da redução dos custos, os resultados foram favorecidos por despesas relativamente contidas (+3% ao ano), o que contribuiu para aumentar a margem da BRF”, aponta.
A receita líquida veio levemente inferior às estimativas da Guide, mas favorecidas pela expansão das vendas no mercado internacional, enquanto, no Brasil, as vendas tiveram um pequeno recuo, detalha a Guide. O lucro, por sua vez, teria sido impactado de forma positiva pelas menores despesas financeiras, diante da queda do endividamento. “Vale destacar ainda que o fluxo de caixa da BRF vem sendo positivo, o que está contribuindo ainda mais para reduzir o endividamento”, conclui.
Os resultados confirmam a visão de que a BRF teria se recuperado “após os péssimos momentos vividos recentemente”, apontou a EQI Investimentos. “A nova administração realmente conseguiu colocar a companhia de volta nos eixos”, completou, mas segue com indicação neutra devido ao valuation e riscos para os preços das commodities agrícolas no cenário externo.
Analistas esperam lucro líquido maior neste ano para a BRF, e a companhia proporcionou grande valorização nos papéis nos últimos seis meses, segundo o InvestingPro, plataforma premium do Investing.com.
No entanto, as Protips, insights de inteligência artificial (IA) baseados em indicadores fundamentalistas, apontam que a companhia é negociada com múltiplo de valuation considerado elevado.